7 de fevereiro de 2009

Poema Singular

POEMA SINGULAR

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.

"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical."
Sou a soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa".

E de falarem descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde
A alma irmãs
Primos-entre-si.

E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.

Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.

Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.

E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
se torna monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.

Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era espúrio passou a ser
Moralidade
Como aliás, em qualquer
Sociedade.

Autor Desconhecido - Recebi este Poema hoje por email do meu Amigo Manuel Bartilotti a quem agradeço. Abraço para ti Manel e diz-me por favor favor em que parte do Globo estás.

3 comentários:

LADY-BIRD, ANTITABÁGIKA, FÃ DO JOMI LOL E JÁ AGORA DOS NOSSOS AMIGOS ANTI-TECNOLOGIAS: MARCHANTE (se não existissem tinham que ser inventados) disse...

Muito giro, isto está Duarte!

Fez-me lembrar os meus tempos de escola... e as saudades da matemática...lol.... eu apesar de ser das chamadas "letras", eu sempre gostei de matemática... tive matemática até ao 12º. ano, dado que eu estava na área de económicas... e não de letras... mas o Direito sempre foi a minha paixão... e confesso, até ao 9º ano a matemática é fácil, a partir daí é para queimar pestanas, com equações mirabolantes...(pelo menos esta é a minha opinião)

Beijinho

Paula Nunes de Almeida disse...

Extraordinário! Está gírissimo!

Anónimo disse...

E eu que sempre achei que não gostava de Matemática.
Assim gostei!
Muito bem equacionado.